segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Emoções

Para vêr, ouvir e reflectir.!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sexualidade na Pessoa Ostomizada

O ser humano é sexual desde o nascimento até à morte. Sendo esta componente importante para o indivíduo, não pode ser descurada aquando a elaboração do plano de cuidados seja ele, escrito ou mental, para um doente ostomizado.

Sexualidade não é sinónimo de sexo, é um termo que pode significar várias coisas em pessoas diferentes; poderá ser muito mais do que a relação sexual em si, o orgasmo ou outras situações físicas agradáveis e tem por base as crenças, valores e regras vigentes na sociedade, na qual o indivíduo se insere.

O aparecimento da doença a qualquer indivíduo é, quase sempre, um obstáculo ou limitação aos seus interesses e necessidades; constitui uma fonte de insatisfações, sofrimentos e problemas de adaptação a uma nova situação.

Um diagnóstico de cancro surge como um acontecimento de vida que implica a gestão de um turbilhão de emoções e a mobilização de todos os recursos e capacidades do indivíduo para o enfrentar. Na tentativa de ultrapassar a doença oncológica, os indivíduos são sujeitos a intervenções que podem alterar profundamente a sua imagem corporal, confrontando-se assim, com uma problemática multidimensional, que envolve fundamentalmente problemas psicológicos, sociais, de reintegração profissional e sexuais.

A auto-imagem, ou seja, a ideia mental que uma pessoa tem do seu corpo num determinado momento, baseia-se nas percepções passadas assim como nas actuais, desenvolve-se com o tempo e deriva de sensações interiores, alterações de postura, contacto com objectos e pessoas exteriores, experiências emocionais e fantasias, e é influenciada por diversos factores dentro dos quais, salienta-se a alteração da imagem corporal.

Um indivíduo ostomizado poderá confrontar-se com uma auto-imagem negativa devido à alteração da sua imagem corporal, que lhe é imposta pela presença do estoma, o que pode influenciar negativamente a sua postura face ao relacionamento sexual. Assim, a interferência da alteração da imagem corporal na sexualidade é algo que depende das percepções de pelo menos duas pessoas (o próprio e o seu parceiro).

Para algumas pessoas, o simples facto de estarem doentes pode provocar dúvidas acerca da sua identidade sexual e, talvez por este motivo, o doente possa sentir-se envergonhado para questionar os profissionais de saúde, acerca das suas preocupações sexuais. A um doente ostomizado podem surgir várias questões como por exemplo:


– Será que posso ter novamente relações sexuais?

– Será que a ostomia vai funcionar durante o acto sexual?

– E se o saco se desadapta?– Será que o cheiro afecta o meu/minha parceiro/a?

– O que pensa o meu/minha parceiro/a?

A abertura de um canal de comunicação entre o doente/profissional de saúde e/ou doente/parceiro(a) permitirá uma reestruturação da vida do doente visando devolver-lhe a auto-estima, a confiança e a possibilidade de desfrutar a sua vida de forma mais aprazível.


Para evitar situações difíceis de ultrapassar e de certa forma viver a sexualidade de uma forma saudável é importante:

– Esvaziar o saco antes da actividade sexual;
- Falar com o (a) parceiro (a) sobre o que se está a sentir;

- Evitar os alimentos que provoquem flatulência;

– Ingerir iogurtes naturais de forma a evitar o odor;

– Usar uma t-shirt, lingerie ou um lenço que cubra a ostomia;

– Adoptar posições confortáveis durante o acto sexual;

– Consultar um andrologista e/ou ginecologista;

– Procurar grupos de apoio a ostomizados.

A sexualidade de cada um é única. A adaptação emocional à ostomia é variável de doente para doente, mas este leva muito mais tempo a adaptar-se emocionalmente do que a aprender a tratar dela. Poderá ser necessário um ano inteiro para o indivíduo atingir um nível perfeito de funcionamento. Não hesite em procurar ajuda.



Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado
Enfermeira Paula Leite Centro de Saúde de Santa Maria da Feira


Bibliografia:
Cascais, A. F. M. V; Martini, J.G.; Almeida, P.J.S ( 2007). O impacto da ostomia no processo de viver humano. Acesso em 30 de junho de 2007.
FREITAS, M.R.I. de. Subsídios para a compreensão da sexualidade do parceiro do sujeito portador de colostomia definitiva. Ribeirão Preto, 1994. 211p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.www.lop.pt

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Colite Ulcerosa – O que devo comer?

Embora a alimentação não cure a colite ulcerosa, uma dieta adequada pode reduzir alguns dos sintomas para um nível mais tolerável. Por exemplo, recomenda-se às pessoas que sofram de colite uma dieta rica em FIBRAS solúveis e pobre em alimentos ricos em fibras insolúveis, como farelo, frutos secos, sementes e milho-doce, pois este tipo de fibras pode irritar mais o cólon, estimular as contracções intestinais e aumentar assim a probabilidade de diarreia.


Uma nutrição adequada é muito importante na colite, especialmente quando se recupera de uma crise ou se reduz o consumo de alimentos com o objectivo de diminuir a diarreia.


Deve, pois, ter cuidado em incluir proteínas, calorias, vitaminas A, C, D, B12 e ácido fólico, cálcio, ferro e zinco. Isto significa consumir uma grande divercidade de alimentos sem exacerbar a inflamação.


- Coma fígado 1 vez por semana para obter vitamina A (excepto as grávidas) e frutos e legumes de polpa alaranjada para obter betacaroteno, substância que o organismo converte em vitamina A.

- Salmão, sardinhas e cavala de conserva ou frescos fornecem vitamina D.

- Fígado, peixe, porco e ovos, frescos ou de conserva, são boas fontes de vitamina B12; os legumes de folha verde escura fornecem ácido fólico e, tal como a fruta, contêm fibras solúveis; o queijo e o iogurte são boas fontes de cálcio; e o zinco encontra-se no marisco, especialmente nas ostras.

A ANEMIA constitui um problema bastante comum dos que sofrem de colite ulcerosa, pois as zonas inflamadas sangram frequentemente. É importante, por isso, ingerir alimentos que contenham bastante ferro. O ferro que obtém-se mais facilmente na carne vermelha, especialmente no fígado.Para auxiliar o organismo a absorver ferro dos legumes, as refeições devem incluir uma boa fonte de vitamina C, como, por exemplo, sumo de laranja.

Resumindo:

Deve comer :

Fruta e legumes de folhas verdes, cozinhadas, para obter fibras solúveis
- Peixe gordo para obter vitamina D
- Alimentos ricos em betacaroteno
- Fígado, excepto no caso das grávidas

Deve Evitar

- Farelo, frutos secos, sementes e milho-doce

-----------------------------------------------------------Paula Leite

Consulta de Enfermagem ao Utente ao Ostomizado


Bibliografia:
Selecções do Reader's Digest
Liga de Ostomizados de Portugal “Dia Mundial do Ostomizado – Juntos para o
próximo milénio “ ; Santa Maria da Feira, Outubro, 1999.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Como despejar o saco de ileostomia?

Este vídeo pretende ajudar todas as pessoas que utilizem sacos de ileostomia. Demonstra a forma mais correcta de proceder ao seu esvasiamento sem grandes dificuldades.
Espero que seja uma ajuda para todos aqueles que vivam esta realidade.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Colite Ulcerosa

O que é?

A colite ulcerosa é uma doença crónica em que o intestino grosso se inflama e cria úlcera, provocando diarreia com sangue, cólicas e febre.


Pode começar em qualquer idade, mas normalmente surge entre os 15 e os 30 anos. Uma minoria dos afectados sofre o seu primeiro ataque entre os 50 e os 70 anos.

Ao contrário da doença de Crohn, a colite ulcerosa normalmente não afecta a espessura completa da parede intestinal e nunca afecta o intestino delgado. A doença costuma começar no recto ou no cólon sigmóide (a parte baixa terminal do intestino grosso), estendendo-se de forma parcial ou total pelo restante intestino grosso. Em algumas pessoas é afectada a maior parte do intestino grosso desde o princípio.

Cerca de 10 % das pessoas que parecem ser afectadas por colite ulcerosa sofre um único ataque. No entanto, alguns destes casos podem ser devidos a uma infecção não detectada, mais do que a uma colite ulcerosa.

A causa da colite ulcerosa não é conhecida, mas podem contribuir para esta perturbação factores como a hereditariedade e uma resposta imune intestinal hiperactiva.

O que se sente?

Os sintomas podem ocorrer de forma súbita e intensa, provocando uma diarreia violenta, febre alta, dor abdominal e peritonite (inflamação do revestimento abdominal).

Durante estes ataques, o doente fica profundamente debilitado.
No entanto, o mais frequente é que os ataques comecem gradualmente e que a pessoa sinta uma necessidade urgente de evacuar, cólicas ligeiras na região inferior do abdómen e sangue e muco visíveis nas fezes.

Quando a doença se limita ao recto e ao cólon sigmóide, as fezes podem ser normais ou então duras e secas. No entanto, durante as evacuações ou entre as mesmas, é expulso pelo recto muco que contém um grande número de glóbulos vermelhos e brancos. Os sintomas gerais de doença, como a febre, são ligeiros ou inexistentes.

Se a inflamação se estender mais acima pelo intestino grosso, as fezes tornam-se muito moles e o paciente pode ter entre 10 e 20 evacuações por dia. Muitas vezes, tem cólicas intensas e espasmos rectais angustiantes e dolorosos, que são acompanhados por urgência em defecar. Não se sente alívio durante a noite. As fezes podem ser líquidas e conter pus, sangue e muco. As fezes são, com frequência, praticamente substituídas por sangue e pus. Pode haver febre, falta de apetite e perda de peso.

Quais as Complicações?

A complicação mais frequente é a hemorragia, que provoca muitas vezes anemia por défice de ferro. Em quase 10 % dos afectados por colite ulcerosa existe um primeiro ataque rapidamente progressivo e grave, com hemorragia maciça, perfuração ou infecção disseminada.

A colite tóxica é uma complicação particularmente grave em que é lesada a totalidade da espessura da parede intestinal. Esta lesão provoca um íleo (estado em que se detém o movimento da parede intestinal, interrompendo o trânsito) e desenvolve-se uma distensão abdominal. Conforme a colite tóxica piora, o cólon perde o seu tónus muscular e no espaço de dias (ou até de horas) começa a dilatar-se.

As radiografias do abdómen mostram gás dentro da porção de intestino paralisada. Quando o cólon se distende exageradamente, o quadro denomina-se megacólon tóxico. O estado geral do afectado é grave e pode ter febre alta e dor no abdómen, espontaneamente ou à palpação, além dum aumento na contagem de glóbulos brancos.

No entanto, se for feito um tratamento imediato e eficaz, só em menos de 4 % dos casos se verifica uma morte. A possibilidade de morte aumenta se ocorrer uma ulceração seguida de perfuração do intestino.

O cancro do cólon, pode ocorre sendo mais elevado nas pessoas com colite ulcerosa extensa e de longa evolução. Este risco é ainda maior quando a totalidade do intestino grosso é afectada ou quando a pessoa sofreu da doença durante mais de 10 anos, independentemente do grau de actividade da mesma. As pessoas com alto risco de desenvolver cancro deverão submeter-se a uma colonoscopia (exame do intestino grosso utilizando um tubo flexível de visualização) regularmente.


Durante a mesma, obtêm-se amostras de tecido de todo o intestino grosso para serem examinadas ao microscópio. Das pessoas com esta doença, 1 % desenvolve cancro do cólon em cada ano. A maioria sobrevive se o diagnóstico é feito numa fase inicial.


Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado - CS Feira ACES Entre Douro e Vouga I

_____________________________________Paula Leite

Bibliografia:
pt.wikipedia.org ;
www.apifarma.pt ;www.apostomizados.pt ;www.manualmerck.net
Liga de Ostomizados de Portugal “Dia Mundial do Ostomizado – Juntos para o
próximo milénio “ ; Santa Maria da Feira, Outubro, 1999.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Doenças inflamatórias do intestino

As doenças inflamatórias do intestino são definidas como perturbações crónicas em que o intestino se inflama, provocando muitas vezes cólicas abdominais recorrentes e diarreia.

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) engloba duas doenças crónicas – a Colite Ulcerosa e a Doença de Crohn.

A causa destas doenças não é ainda conhecida, mas estudos apontam para a intercepção de factores genéticos e ambientais.



A DII pode afectar pessoas de qualquer idade, mas é mais frequente entre os 20 e 40 anos. Em 20% dos casos a doença começa durante a infância e/ou adolescência.

A incidência da DII na Europa é de cerca de 16 novos doentes por 100.000 habitantes por ano e a prevalência é de 160-320 por 100.000 habitantes.

Estima-se que cerca de 12 500 portugueses sofrem desta doença.

Por vezes confundem-se entre si devido à semelhança nos sintomas, contudo são diferentes na zona intestinal abrangida e tratamento efectuado.



A
Colite Ulcerosa é caracterizada por inflamação com ulceração no revestimento interior do recto e cólon e manifesta-se, geralmente, por diarreia com sangue e dor abdominal.

Na Doença de Crohn a inflamação atinge toda a parede do órgão envolvido e situa-se em qualquer segmento do aparelho digestivo, sendo mais frequente no intestino delgado e grosso. Clinicamente manifesta-se por diarreia, dor abdominal, emagrecimento e febre.

A DII pode complicar-se de obstrução intestinal, abcessos e fístulas e em raras ocasiões de malignidade. Podem, também, surgir complicações extra-intestinais atingindo as articulações, olhos, pele, fígado e vias biliares.

O curso clínico da doença caracteriza-se por recidivas que ocorrem intermitentemente.



A maioria dos doentes necessita de tratamento médico continuado e apresenta um grande risco de cirurgia abdominal. Na Doença de
Crohn cerca de dois terços dos doentes são operados pelo menos uma vez e muitos deles operados várias vezes até a situação se estabilizar.

Em ambas as doenças pode ser necessário efectuar grandes ressecções intestinais, algun doentes ficam ostomizados temporariamente e em raros caso permanentemente.

Tratando-se de uma doença crónica em que as terapêuticas médicas e cirúrgicas não são curativas, os doentes têm necessidade de visitas médicas frequentes, quer ao médico de família, quer ao especialista e podem necessitar de vários internamentos hospitalares. Obviamente, estes factos criam incerteza sobre o futuro com reflexo na vida familiar, profissional e social.

Do ponto de vista ético e financeiro é desejável minimizar os efeitos da DII nas actividades diárias e capacidade de trabalho, melhorando assim a qualidade de vida destes doentes. Esta melhoria passa pela optimização da qualidade dos cuidados de saúde.

Torna-se, portanto, imperioso implementar medidas que conduzam a uma melhoria nos cuidados de saúde. Acresce, ainda, o facto destes doentes verem negada a possibilidade de efectuarem seguros de saúde, pela generalidade das companhias de seguros.

A maioria dos doentes efectua tratamento médico durante toda a vida.

Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado do Centro Saúde Santa Maria Feira

---------------------------------------------------------------Enf. Paula Leite


Bibliografia:
www.apifarma.pt
www.manualmerck
www.apostomizados.pt
CASCAIS Ana Filipa1, MARTINI Jussara2, ALMEIDA Paulo Jorge,” O Impacto da ostomia no processo de viver humano”, p. 163-167.

terça-feira, 9 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Como é definido o Cancro?

Cancro, nome comum da neoplasia maligna, é uma doença caracterizada por uma população de células que crescem e se dividem sem respeitar os limites normais, invadem e destroem os tecidos adjacentes, e podem espalhar-se para lugares distantes no corpo, através de um processo chamado metástase .


Estas propriedades malignas do cancro diferenciam-no dos tumores benignos, que são auto-limitados no seu crescimento e não invadem tecidos adjacentes (embora alguns tumores benignos sejam capazes de se tornarem malignos). O cancro pode afectar pessoas de todas as idades, mas o risco para a maioria dos tipos de cancro aumenta com a idade. O cancro causa cerca de 13% de todas as mortes no mundo, sendo os cancros de pulmão, estômago, fígado, cólon e mama os que mais matam.
Quase todos os cancros são causados por anomalias no material genético de células transformadas. Estas anomalias podem ser resultado dos efeitos de agentes carcinogéneos, como o tabagismo, radiação, substâncias químicas ou agentes infecciosos. Outros tipos de anormalidades genéticas podem ser adquiridas através de erros na replicação do DNA, ou são herdadas, e consequentemente presente em todas as células ao nascimento. As interacções complexas entre carcinogéneos e o genoma hospedeiro podem explicar porque somente alguns desenvolvem cancro após a exposição a um carcinogéneo conhecido.


O cancro é geralmente classificado de acordo com o tecido de qual as células cancerígenas se originaram, assim como o tipo normal de célula com que mais se parece. Um diagnóstico definitivo geralmente requer análise histológica da biópsia do tecido por um patologista, embora as indicações iniciais da malignidade podem ser os sintomas ou anormalidades nas imagens radiográficas.
A maioria pode ser tratada e alguns curados, dependendo do tipo específico, localização e estadiamento. Uma vez diagnosticado, o cancro geralmente é tratado com uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia .



Com o desenvolvimento das pesquisas, os tratamentos estão a tornar-se cada vez mais específicos para as diferentes variedades de Cancro. Ultimamente tem havido um progresso significativo no desenvolvimento de medicamentos de terapia específica que agem especificamente em anomalias moleculares detectáveis em certos tumores, minimizando o dano às células normais. O prognóstico para os utentes com cancro é muito influenciado pelo tipo de cancro, assim como o estadiamento e a extensão da doença.

Bibliografia:
www.ligacontraocancro.pt
Dicionário de palavras frequentes em oncologia, Liga portuguesa contra o cancro, 2009
www.sponcologia.pt

Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado
Centro de Saúde de Santa Maria da Feira
-------------------------------------------Enf. Paula Leite

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Testemunho: A Experiência de José Afonso

Não poderia deixar de partilhar, esta história de vida, de um utente com grande força de viver.

Pré-Operatório
Durante esta fase foi todo o acompanhamento possível da minha parte, a tudo o que fosse consultas, realização de exames, etc.
Além disso toda a componente psicológica, de ver todos os tratamentos que fazia não surtirem qualquer efeito.

Pós-Operatório
Durante o internamento, as visitas diárias ao hospital, conciliando-as com a vida profissional.
Após a saída do hospital, foi o trabalhar a parte afectiva, fazendo com que a sua auto-estima aumentasse, porque sem ela, por muito esforço que existisse da nossa parte o barco não chegaria a bom porto.
Foi importante para mim aprender junto da Enfª Estomoterapeuta, como se fazia toda a higiene relacionada com o estoma, bem como toda a preparação para a mudança de um saco.
Uma preocupação que houve da nossa parte que eu acho muito importante, foi explicar às filhas a transformação física que passou a existir no corpo da mãe, eliminando qualquer preconceito da parte delas e vendo a mudança com a maior naturalidade.
Na componente sexual, houve receios como é lógico de possível rejeição, mas concluo que em situações tão complexas como estas, tem de existir primeiro uma forte Afectividade e só depois aparecerá naturalmente a componente - Sexualidade

Concluindo
O estoma que poderia ter sido um motivo de "Rejeição", tornou-se ele, num motivo de "União"

Maia, 05 de Março de 2007 José Afonso