quinta-feira, 15 de maio de 2008

UM POUCO DE HISTÓRIA…

Uma ostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na extração de uma porção do tubo digestivo, neste caso do intestino, e na abertura de um orifício externo, que se designa por estoma. A finalidade deste é o desvio do trânsito intestinal para o exterior.

A história das ostomias remonta inclusive ao tempo da Bíblia, na qual Praxógoras de Kos (em 350 aC) teria realizado em casos de trauma abdominal “e Aod estendendo sua mão esquerda tirou a adaga e lha cravou no ventre (de Eglon, rei de Moab) com tanta força que os copos entraram com a folha pela ferida…e logo os excrementos do ventre surgiram pela ferida”.
É a partir do início do século XVIII, que os relatos de colostomias se tornam mais frequentes.
Em 1709 um cirurgião alemão, Lorenz Heister, teria realizado operações de enterostomia em soldados que apresentavam ferimentos intestinais. Contudo, posteriormente descobriu-se que a técnica de Heister consistia na fixação das feridas à parede abdominal e não na realização de verdadeiras ostomias. Em 1776, Pillore realizou com sucesso uma cecostomia inguinal.

Em 1783, um cirurgião de Napoleão, Antoine Dubois, relata a realização de uma colostomia em uma criança de três dias nascida com imperfuração anal.

Apesar de nos últimos anos do século XIX, os princípios básicos para a realização das colostomias já estivessem estabelecidos, no início da década de 1950, a designada “era moderna das ostomias”, são alcançados novos conhecimentos em especial através dos trabalhos de Patey (enfatizando a sutura colo-cutânea) e de Butler (excisão combinada do reto). Em 1943, é realizada a primeira proctocolectomia com ileostomia definitiva em uma jovem também acometida de colite ulcerativa, por Gavin Miller.

A partir de meados do século XX até aos dias de hoje, ocorreu uma grande evolução nas técnicas cirúrgicas utilizadas na realização de ostomias e nos equipamentos e dispositivos disponíveis. É possível encontrar uma grande diversidade de placas e sacos coletores, que visam adaptar-se cada vez mais às necessidades da pessoa ostomizada.

A par da evolução técnica e tecnológica, registasse, por parte de diversos autores, citados no decorrer deste trabalho, uma crescente preocupação com o processo de viver da pessoa ostomizada, com ênfase nos aspectos psicossociais.

Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado
Enf. Paula Leite
Bibliografia:
SOUSA Sma. “Qualidade de vida em clientes ostomizados”. Texto Contexto Enfermagem 1999 Set-Dez, 8: 162-82;
ZAMPIERI J, JATOBA . Histórico In: Crema E, Silva R. Estomas: uma abordagem interdisciplinar. 1ª ed. Uberaba (SP): Ed Pinti; 1997. p.14-34.
CASCAIS Ana Filipa1, MARTINI Jussara2, ALMEIDA Paulo Jorge,” O Impacto da ostomia no processo de viver humano”, p. 163-167.