segunda-feira, 29 de março de 2010

Doenças inflamatórias do intestino

As doenças inflamatórias do intestino são definidas como perturbações crónicas em que o intestino se inflama, provocando muitas vezes cólicas abdominais recorrentes e diarreia.

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) engloba duas doenças crónicas – a Colite Ulcerosa e a Doença de Crohn.

A causa destas doenças não é ainda conhecida, mas estudos apontam para a intercepção de factores genéticos e ambientais.



A DII pode afectar pessoas de qualquer idade, mas é mais frequente entre os 20 e 40 anos. Em 20% dos casos a doença começa durante a infância e/ou adolescência.

A incidência da DII na Europa é de cerca de 16 novos doentes por 100.000 habitantes por ano e a prevalência é de 160-320 por 100.000 habitantes.

Estima-se que cerca de 12 500 portugueses sofrem desta doença.

Por vezes confundem-se entre si devido à semelhança nos sintomas, contudo são diferentes na zona intestinal abrangida e tratamento efectuado.



A
Colite Ulcerosa é caracterizada por inflamação com ulceração no revestimento interior do recto e cólon e manifesta-se, geralmente, por diarreia com sangue e dor abdominal.

Na Doença de Crohn a inflamação atinge toda a parede do órgão envolvido e situa-se em qualquer segmento do aparelho digestivo, sendo mais frequente no intestino delgado e grosso. Clinicamente manifesta-se por diarreia, dor abdominal, emagrecimento e febre.

A DII pode complicar-se de obstrução intestinal, abcessos e fístulas e em raras ocasiões de malignidade. Podem, também, surgir complicações extra-intestinais atingindo as articulações, olhos, pele, fígado e vias biliares.

O curso clínico da doença caracteriza-se por recidivas que ocorrem intermitentemente.



A maioria dos doentes necessita de tratamento médico continuado e apresenta um grande risco de cirurgia abdominal. Na Doença de
Crohn cerca de dois terços dos doentes são operados pelo menos uma vez e muitos deles operados várias vezes até a situação se estabilizar.

Em ambas as doenças pode ser necessário efectuar grandes ressecções intestinais, algun doentes ficam ostomizados temporariamente e em raros caso permanentemente.

Tratando-se de uma doença crónica em que as terapêuticas médicas e cirúrgicas não são curativas, os doentes têm necessidade de visitas médicas frequentes, quer ao médico de família, quer ao especialista e podem necessitar de vários internamentos hospitalares. Obviamente, estes factos criam incerteza sobre o futuro com reflexo na vida familiar, profissional e social.

Do ponto de vista ético e financeiro é desejável minimizar os efeitos da DII nas actividades diárias e capacidade de trabalho, melhorando assim a qualidade de vida destes doentes. Esta melhoria passa pela optimização da qualidade dos cuidados de saúde.

Torna-se, portanto, imperioso implementar medidas que conduzam a uma melhoria nos cuidados de saúde. Acresce, ainda, o facto destes doentes verem negada a possibilidade de efectuarem seguros de saúde, pela generalidade das companhias de seguros.

A maioria dos doentes efectua tratamento médico durante toda a vida.

Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado do Centro Saúde Santa Maria Feira

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Bibliografia:
www.apifarma.pt
www.manualmerck
www.apostomizados.pt
CASCAIS Ana Filipa1, MARTINI Jussara2, ALMEIDA Paulo Jorge,” O Impacto da ostomia no processo de viver humano”, p. 163-167.

terça-feira, 9 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Como é definido o Cancro?

Cancro, nome comum da neoplasia maligna, é uma doença caracterizada por uma população de células que crescem e se dividem sem respeitar os limites normais, invadem e destroem os tecidos adjacentes, e podem espalhar-se para lugares distantes no corpo, através de um processo chamado metástase .


Estas propriedades malignas do cancro diferenciam-no dos tumores benignos, que são auto-limitados no seu crescimento e não invadem tecidos adjacentes (embora alguns tumores benignos sejam capazes de se tornarem malignos). O cancro pode afectar pessoas de todas as idades, mas o risco para a maioria dos tipos de cancro aumenta com a idade. O cancro causa cerca de 13% de todas as mortes no mundo, sendo os cancros de pulmão, estômago, fígado, cólon e mama os que mais matam.
Quase todos os cancros são causados por anomalias no material genético de células transformadas. Estas anomalias podem ser resultado dos efeitos de agentes carcinogéneos, como o tabagismo, radiação, substâncias químicas ou agentes infecciosos. Outros tipos de anormalidades genéticas podem ser adquiridas através de erros na replicação do DNA, ou são herdadas, e consequentemente presente em todas as células ao nascimento. As interacções complexas entre carcinogéneos e o genoma hospedeiro podem explicar porque somente alguns desenvolvem cancro após a exposição a um carcinogéneo conhecido.


O cancro é geralmente classificado de acordo com o tecido de qual as células cancerígenas se originaram, assim como o tipo normal de célula com que mais se parece. Um diagnóstico definitivo geralmente requer análise histológica da biópsia do tecido por um patologista, embora as indicações iniciais da malignidade podem ser os sintomas ou anormalidades nas imagens radiográficas.
A maioria pode ser tratada e alguns curados, dependendo do tipo específico, localização e estadiamento. Uma vez diagnosticado, o cancro geralmente é tratado com uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia .



Com o desenvolvimento das pesquisas, os tratamentos estão a tornar-se cada vez mais específicos para as diferentes variedades de Cancro. Ultimamente tem havido um progresso significativo no desenvolvimento de medicamentos de terapia específica que agem especificamente em anomalias moleculares detectáveis em certos tumores, minimizando o dano às células normais. O prognóstico para os utentes com cancro é muito influenciado pelo tipo de cancro, assim como o estadiamento e a extensão da doença.

Bibliografia:
www.ligacontraocancro.pt
Dicionário de palavras frequentes em oncologia, Liga portuguesa contra o cancro, 2009
www.sponcologia.pt

Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado
Centro de Saúde de Santa Maria da Feira
-------------------------------------------Enf. Paula Leite