terça-feira, 2 de setembro de 2008

Doenças versus ostomias!


CANCRO DO RECTO E CANCRO DO COLON

É a doença que mais contribui para os cerca de 10.000 a 12.000 ostomizados que se calcula existirem em Portugal. Habitualmente atinge doentes com 60 - 70 anos. Só cerca de 5% têm uma base hereditária geralmente em doentes mais novos.

Na grande maioria dos casos inicia-se por células diferentes das normais que, ao fim de um certo tempo se vão diferenciando, gradualmente, no sentido de uma malignização. Muitas vezes só quando a doença já está numa fase avançada é que surgem os primeiros sintomas.

Geralmente, os doentes queixam-se de perdas de sangue pelo anús acompanhando a evacuação, sangue de tom vivo, ou escuro com coágulos, acompanhado de muco, de falsas vontades de evacuar, ou de sensação de recto com fezes que não saem e que obrigam o doente a recorrer ao W.C. várias vezes por dia, sem grande eficácia, aquilo a que na gíria popular é conhecido por "puxos". A par de tudo isto pode haver distensão do abdómen, alterações dos hábitos intestinais, grande formação de gases etc.. Em casos mais extensos pode haver uma oclusão intestinal, aquilo a que o povo chama - embora erradamente - um "volvo".

A intervenção cirúrgica consiste na remoção da parte doente do intestino que contem o tumor. Geralmente nos tumores do cólon e nos tumores do recto mais afastados do anús, consegue-se evitar a formação de um estoma. Quando o tumor está muito perto do esfíncter anal, uma intervenção curativa implicaria a remoção, juntamente com o tumor, da porção do músculo esfinctérico e a ligação dos dois topos. Esta operação tornaria a vida miserável para os doentes uma vez estes ficariam totalmente incontinentes, sem possibilidade de ser colocado um qualquer dispositivo que remediasse a situação. Como veremos, nestes casos uma colostomia torna-se imperativo.

Artigo do site Associação dos Ostomizados de Portugal, Dr. Martins Barata, Lisboa 27/10/2003

Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado

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