sexta-feira, 23 de abril de 2010

Colite Ulcerosa

O que é?

A colite ulcerosa é uma doença crónica em que o intestino grosso se inflama e cria úlcera, provocando diarreia com sangue, cólicas e febre.


Pode começar em qualquer idade, mas normalmente surge entre os 15 e os 30 anos. Uma minoria dos afectados sofre o seu primeiro ataque entre os 50 e os 70 anos.

Ao contrário da doença de Crohn, a colite ulcerosa normalmente não afecta a espessura completa da parede intestinal e nunca afecta o intestino delgado. A doença costuma começar no recto ou no cólon sigmóide (a parte baixa terminal do intestino grosso), estendendo-se de forma parcial ou total pelo restante intestino grosso. Em algumas pessoas é afectada a maior parte do intestino grosso desde o princípio.

Cerca de 10 % das pessoas que parecem ser afectadas por colite ulcerosa sofre um único ataque. No entanto, alguns destes casos podem ser devidos a uma infecção não detectada, mais do que a uma colite ulcerosa.

A causa da colite ulcerosa não é conhecida, mas podem contribuir para esta perturbação factores como a hereditariedade e uma resposta imune intestinal hiperactiva.

O que se sente?

Os sintomas podem ocorrer de forma súbita e intensa, provocando uma diarreia violenta, febre alta, dor abdominal e peritonite (inflamação do revestimento abdominal).

Durante estes ataques, o doente fica profundamente debilitado.
No entanto, o mais frequente é que os ataques comecem gradualmente e que a pessoa sinta uma necessidade urgente de evacuar, cólicas ligeiras na região inferior do abdómen e sangue e muco visíveis nas fezes.

Quando a doença se limita ao recto e ao cólon sigmóide, as fezes podem ser normais ou então duras e secas. No entanto, durante as evacuações ou entre as mesmas, é expulso pelo recto muco que contém um grande número de glóbulos vermelhos e brancos. Os sintomas gerais de doença, como a febre, são ligeiros ou inexistentes.

Se a inflamação se estender mais acima pelo intestino grosso, as fezes tornam-se muito moles e o paciente pode ter entre 10 e 20 evacuações por dia. Muitas vezes, tem cólicas intensas e espasmos rectais angustiantes e dolorosos, que são acompanhados por urgência em defecar. Não se sente alívio durante a noite. As fezes podem ser líquidas e conter pus, sangue e muco. As fezes são, com frequência, praticamente substituídas por sangue e pus. Pode haver febre, falta de apetite e perda de peso.

Quais as Complicações?

A complicação mais frequente é a hemorragia, que provoca muitas vezes anemia por défice de ferro. Em quase 10 % dos afectados por colite ulcerosa existe um primeiro ataque rapidamente progressivo e grave, com hemorragia maciça, perfuração ou infecção disseminada.

A colite tóxica é uma complicação particularmente grave em que é lesada a totalidade da espessura da parede intestinal. Esta lesão provoca um íleo (estado em que se detém o movimento da parede intestinal, interrompendo o trânsito) e desenvolve-se uma distensão abdominal. Conforme a colite tóxica piora, o cólon perde o seu tónus muscular e no espaço de dias (ou até de horas) começa a dilatar-se.

As radiografias do abdómen mostram gás dentro da porção de intestino paralisada. Quando o cólon se distende exageradamente, o quadro denomina-se megacólon tóxico. O estado geral do afectado é grave e pode ter febre alta e dor no abdómen, espontaneamente ou à palpação, além dum aumento na contagem de glóbulos brancos.

No entanto, se for feito um tratamento imediato e eficaz, só em menos de 4 % dos casos se verifica uma morte. A possibilidade de morte aumenta se ocorrer uma ulceração seguida de perfuração do intestino.

O cancro do cólon, pode ocorre sendo mais elevado nas pessoas com colite ulcerosa extensa e de longa evolução. Este risco é ainda maior quando a totalidade do intestino grosso é afectada ou quando a pessoa sofreu da doença durante mais de 10 anos, independentemente do grau de actividade da mesma. As pessoas com alto risco de desenvolver cancro deverão submeter-se a uma colonoscopia (exame do intestino grosso utilizando um tubo flexível de visualização) regularmente.


Durante a mesma, obtêm-se amostras de tecido de todo o intestino grosso para serem examinadas ao microscópio. Das pessoas com esta doença, 1 % desenvolve cancro do cólon em cada ano. A maioria sobrevive se o diagnóstico é feito numa fase inicial.


Consulta de Enfermagem ao Utente Ostomizado - CS Feira ACES Entre Douro e Vouga I

_____________________________________Paula Leite

Bibliografia:
pt.wikipedia.org ;
www.apifarma.pt ;www.apostomizados.pt ;www.manualmerck.net
Liga de Ostomizados de Portugal “Dia Mundial do Ostomizado – Juntos para o
próximo milénio “ ; Santa Maria da Feira, Outubro, 1999.